
Em pleno ano em que a Campanha da Fraternidade 2025, promovida pela CNBB, clama por “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema bíblico “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), a comunidade de Sertânia amanheceu perplexa neste sábado (12). Árvores centenárias derrubadas em Sertânia ladeavam a Igreja da Imaculada Conceição, conhecida como a “Igreja Velha”. A ordem teria partido do padre Bomfim, responsável pela paróquia local.
A justificativa apresentada pelo sacerdote foi de que as árvores estariam comprometendo a estrutura da igreja, porém, segundo especialistas, essa alegação carece de embasamento técnico. Consultados pelo site Tribuna do Moxotó, todos os especialistas foram unânimes: não existe evidência comprovada de que as raízes das árvores representassem risco para o prédio centenário. Além disso, de acordo com eles, uma análise técnica mais aprofundada seria imprescindível antes de se tomar uma decisão tão drástica.
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“Não há registros ou laudos que atestem perigo iminente por conta das árvores”, afirma um engenheiro consultado pela reportagem. “Qualquer intervenção desse tipo deveria ser respaldada por documentação técnica clara, o que não foi apresentado”.
Consequentemente, a indignação tomou conta das redes sociais e das conversas nas ruas de Sertânia. Um morador de 72 anos, que preferiu não se identificar, lamentou profundamente: “Essas árvores sempre fizeram parte da nossa história. Não me recordo de elas terem sido tratadas como ameaça antes. Houve precipitação do padre ou da própria Diocese.”
Informações apuradas pelo site indicam que, embora algumas visitas técnicas tenham sido realizadas, nenhum dos relatórios apresentados confirmou por escrito que as árvores representavam perigo para a estrutura da igreja.
Ademais, tentativas de sensibilizar o padre quanto à importância simbólica e histórica das árvores para a comunidade também teriam sido em vão. “A Diocese mandou derrubar”, teria sido a resposta do pároco, de acordo com relatos de moradores. Diante disso, a decisão foi vista por muitos como um atentado não apenas à memória coletiva, mas também como um possível crime ambiental.