General diz que Bolsonaro autorizou golpe de Estado, aponta PF

Bolsonaro autorizou golpe de Estado
Bolsonaro autorizou golpe de Estado, diz general © Getty Images

O general da reserva Mário Fernandes declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro autorizou golpe de Estado e teria dado aval para um plano golpista até o dia 31/12/2022. Fernandes é um dos alvos da Operação Contragolpe deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19). A operação busca prender cinco militares suspeitos de planejar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva bem como do vice, Geraldo Alckmin.

De acordo com relatório da PF, Mário Fernandes revelou que o ex-presidente teria afirmado que ações poderiam ocorrer até o final de seu governo. Nesse sentido, a declaração foi dada em áudio enviado ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. “Durante a conversa que eu tive com o presidente. Ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição. Que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro”, disse Fernandes na mensagem de voz. A fala foi, dessa forma, em referência à diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Mário Fernandes é apontado pela PF como autor de um documento intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. Durante o governo Bolsonaro ele foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. O documento supostamente detalhava um plano de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de Lula e Alckmin. A PF afirma que o documento foi impresso no Palácio do Planalto e posteriormente levado ao Palácio da Alvorada, residência oficial de Bolsonaro.

Envolvimento de Bolsonaro

Embora as investigações mencionem o envolvimento de Bolsonaro no contexto dos relatos, o ex-presidente não é formalmente investigado no caso. “A investigação identificou que o documento contendo o planejamento operacional denominado ‘Punhal Verde Amarelo’. Dessa forma, o documento foi impresso pelo investigado Mário Fernandes no Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada”, detalhou a Polícia Federal em comunicado.

O ex-presidente ainda não se manifestou publicamente sobre a operação. No entanto, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, saiu em defesa nas redes sociais. “Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver tentativa, é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes”, declarou. Flávio citou ainda um projeto de lei de sua autoria que busca criminalizar atos preparatórios de crimes graves.

O caso segue sob investigação e reforça a tensão em torno das alegações de conspiração golpista durante o período de transição presidencial no Brasil.

By Portal PanoramaPE

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