Lula venceria Bolsonaro e demais nomes da direita se eleição fosse hoje

Datafolha Lula venceria Bolsonaro
Ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fala durante uma coletiva de imprensa em Brasília, em 8 de outubro de 2021- Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

Com sinais de freio na queda de popularidade e, além disso, diante da indefinição de seus adversários, o presidente Lula (PT) venceria todos os nomes apoiados por Jair Bolsonaro (PL) se as eleições de 2026 fossem hoje. É o que indicou pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5), mostrando que Lula venceria Bolsonaro.

O levantamento mostra que, mesmo que Bolsonaro recuperasse seus direitos políticos e entrasse na disputa, também seria derrotado pelo petista. O ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral e é réu sob a acusação de liderar uma trama golpista em 2022.

Faltando 18 meses para a eleição, o Datafolha testou cinco cenários de primeiro turno com o atual presidente. Especificamente, no confronto direto contra Bolsonaro, o Datafolha mostrou que Lula tem 36% das intenções de voto, e venceria Bolsonaro que alcançou 30%.

O instituto ouviu 3.054 pessoas com 16 anos ou mais em 172 municípios de terça (1º) até quinta-feira (3). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O cenário do Datafolha com Lula que venceria Bolsonaro inclui também o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), com 12%; o influenciador Pablo Marçal (PRTB), com 7%; e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), com 5%. Brancos, nulos e “nenhum” somam 9%, além disso, outros 2% não souberam responder.

Por outro lado, no quadro sem Bolsonaro, Lula lidera com 35% no cenário testado com os principais nomes da direita cogitados até agora. Atrás dele, vem um bloco que inclui o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos (15%), e Ciro e Marçal (11% cada um).

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Na sequência, aparecem o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), com 5%; e Eduardo Leite bem como o mineiro Romeu Zema (Novo), com 3% cada um. Único pré-candidato já declarado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem 2%.

O petista lidera em quase todos os segmentos de faixa etária, renda e escolaridade. Notavelmente, no recorte por região, no Nordeste ele vai a 50%.

Ainda considerando esse cenário mais amplo, entre os eleitores que avaliam o mandato de Lula como ruim ou péssimo, apenas 2% dizem que votariam no petista. Outros 29% votariam em Tarcísio.

Aliados do PL especulam que, caso se mantenha a inelegibilidade de Bolsonaro, o ex-presidente apoiaria um familiar — o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — e conservaria Tarcísio no Governo de São Paulo.

O desempenho de Lula pouco varia em qualquer um dos cenários testados com diferentes herdeiros políticos de Bolsonaro.

Contra Eduardo, que anunciou autoexílio nos EUA neste mês, o petista marca 35%, e o deputado, 11%, empatado tecnicamente com Ciro. Da mesma forma, contra Michelle, Lula mantém os 35%, e ela marca 15%, também em empate técnico com o pedetista.

Esses cenários projetam que, sem Bolsonaro, nomes como Marçal, Ratinho, Zema, Leite e Caiado ficam em um bloco entre 10% e 3% das intenções de voto.

Em uma projeção apenas com Tarcísio e Marçal, o petista chega a 43%, e o governador vai a 24%. Nesse caso, Marçal marca 15%, ficando fora de um eventual segundo turno. Votos brancos e nulos somam 16%, enquanto 2% não responderam.

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Entre os eleitores que se declaram fortemente bolsonaristas, 40% votariam em Tarcísio contra Lula, em um cenário sem Michelle ou Eduardo. Entretanto, em uma disputa entre o petista e Eduardo, sem Tarcísio nem Michelle, o filho do ex-presidente teria 30% das intenções de voto desse grupo.

Por fim, se a candidata fosse Michelle, sem Tarcísio nem Eduardo, ela receberia 41% dos votos dos bolsonaristas.

Caso queiram disputar a Presidência, os governadores Tarcísio, Ratinho Junior, Zema, Eduardo Leite e Caiado têm que renunciar até abril do ano que vem. Eles, contudo, vivem situações diferentes.

Tarcísio nega publicamente que tenha interesse na disputa, mas, segundo aliados, já admitiu que concorrerá se Bolsonaro pedir. Ratinho é elogiado pelo presidente de seu partido, Gilberto Kassab — que apoia tanto o governo Lula quanto o de Tarcísio —, mas que diz que uma candidatura teria “um longo caminho a ser percorrido”.

Zema bem como Eduardo Leite, por sua vez, admitem participar da disputa. Desse grupo, apenas Tarcísio exerce o primeiro mandato e pode tentar a reeleição.

O levantamento do Datafolha divulgado indica que o interesse do eleitor pela disputa ainda é baixo. Em questionamento espontâneo — sem a menção aos nomes —, 52% dos brasileiros disseram não saber em quem votar.

Lula também lidera nessa sondagem, citado por 20% (além de 1% que respondeu “no atual presidente” e mais 1% que afirmou “no PT” ou “no candidato do PT”). Bolsonaro, mesmo inelegível, aparece com 14%. Tarcísio e Ciro têm 1% cada um, e os demais não foram citados.

Rejeição

No quesito rejeição, a aversão a Lula segue alta: 42% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Ainda assim, só não é pior numericamente que a de Bolsonaro, que tem 44%.

Entre os aliados próximos do ex-presidente, Tarcísio apresenta numericamente a menor rejeição: 13% dizem que não votariam nele, enquanto Michelle marca 27%, e Eduardo Bolsonaro, 26%.

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