
Relatórios da Polícia Federal detalham o funcionamento de um esquema de corrupção no Presídio de Igarassu, considerado o mais superlotado e com as piores condições de Pernambuco.
A investigação então resultou na prisão do ex-diretor da unidade, Charles Belarmino de Queiroz, e de sete policiais penais por envolvimento no esquema que beneficiava detentos em troca de dinheiro e presentes. Um policial penal e uma dentista foram afastados das funções.
Os documentos então apontam que o presidiário Lyferson Barbosa da Silva exercia forte liderança no pavilhão onde cumpria pena. Ele tinha contato direto com o ex-diretor e outros policiais penais, por meio de mensagens de WhatsApp. Além disso, ele intermediava desde autorizações para entrada de visitantes até a liberação de alimentos não permitidos, aparelhos eletrônicos e garotas de programa.
“Entre as intermediações com as chefias e com a direção estão autorizações de entrada de visitantes, feiras, alimentos não autorizados, aparelhos eletrônicos diversos, entre eles celulares, televisores e freezers”, destaca o relatório da PF.
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Além disso, Lyferson também facilitava a devolução de objetos apreendidos durante revistas e solicitava autorizações para entrada de prestadores de serviços para fins particulares. Com aval da direção, o detento montou um laboratório para fabricação de drogas em um espaço cultural da unidade.
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A Operação La Catedral cumpriu então nove mandados de prisão e dois de afastamento, desarticulando uma rede que comprometia a segurança do sistema prisional pernambucano. As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema.