
Famílias do MST invadem fazenda na Zona Rural de Petrolina. Cerca de 400 integrantes do movimento ocuparam a área na madrugada do domingo (6), às margens da PE-647, no núcleo N-4. A fazenda tem aproximadamente 500 hectares e, segundo o MST, está abandonada há mais de 20 anos, sem água, energia elétrica ou qualquer produção. Além disso, a ocupação busca acelerar a desapropriação da terra.
Por isso, o movimento quer impedir que o imóvel vá a leilão. A empresa proprietária faliu e responde a vários processos trabalhistas. Nesse sentido, a ação integra o “Abril de Lutas”, campanha nacional do MST que lembra o Massacre de Eldorado dos Carajás. Ainda assim, o grupo afirma que a mobilização é pacífica e organizada para garantir o direito à terra.
Enquanto isso, o Incra confirmou que existe um processo administrativo em andamento para desapropriar o imóvel e destiná-lo à reforma agrária. Contudo, o órgão declarou que não incentiva ocupações. Logo, uma reunião foi realizada com representantes do MST para tratar da situação. Ademais, o Incra segue analisando a viabilidade da área para uso social.
Metafruit afirma que a propriedade foi arrematada legalmente
Em contrapartida, a empresa Metafruit afirma que a propriedade foi arrematada legalmente há cerca de um ano. Segundo ela, o grupo invadiu o local com violência, expulsou vigilantes e danificou a entrada. Desde então, a empresa entrou com pedido de reintegração de posse na Justiça. Por fim, declarou que investe em fruticultura irrigada e geração de empregos na região.
A empresa Metafruit emitiu uma nota na segunda-feira (7) esclarecendo o ocorrido:
A Metafruit LTDA vem a público esclarecer que, na madrugada deste domingo, 6 de abril, por volta das 4h30, a propriedade rural localizada nos Lotes 191 e 192 do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, às margens da BR-235, em Petrolina (PE), foi ilegalmente invadida por um grupo de pessoas que portavam armas brancas. Os invasores arrombaram o portão principal da fazenda e, com uso de violência, coagiram e expulsaram os vigilantes que estavam em serviço, configurando grave violação à ordem legal e à segurança dos trabalhadores.
A área invadida foi legalmente adquirida há aproximadamente um ano, por meio de arrematação judicial (leilão), com todos os valores, impostos e taxas devidamente quitados. A empresa encontra-se em dia com todos os pagamentos devidos à Codevasf, ao DINC e com suas obrigações fiscais e tributárias. A METAFRUIT vem realizando investimentos significativos em estudos técnicos, topográficos e pedológicos, projetos de irrigação e drenagem, além de obras de infraestrutura e construção de cercas no perímetro, com o objetivo de estabelecer um projeto pioneiro de fruticultura irrigada (citrus) no Vale do São Francisco. O projeto prevê a geração de centenas de empregos diretos e indiretos, promovendo desenvolvimento sustentável, inclusão produtiva e benefícios sociais à comunidade local.
Além disso, afirmaram que a empresa repudia veementemente qualquer ato de violência, desrespeito à lei e ameaça à integridade de seus colaboradores e ao direito de propriedade, assegurado pela Constituição Federal (art. 5º, XXII), pelo Código Civil e por toda a legislação vigente. A propriedade privada, especialmente quando produtiva e voltada ao bem comum, deve ser protegida pelo Estado e respeitada por todos os cidadãos.
Metafruit já registrou boletim de ocorrência
Diante da gravidade da situação, a Metafruit já registrou boletim de ocorrência e ajuizou ação de reintegração de posse em caráter de urgência, confiando na atuação célere das autoridades competentes para restabelecer a ordem, garantir a segurança de todos os envolvidos e preservar o Estado de Direito.
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Metrafruit
Além disso, a Metrafruit reafirma seu compromisso com o respeito às leis, com o trabalho digno, com a geração de oportunidades e com o desenvolvimento sustentável do Vale do São Francisco.