
O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) lançou nova ferramenta digital com o objetivo de revolucionar o controle social sobre os gastos públicos com festas e eventos no estado. Desde já, a ferramente está disponível no portal Tome Conta, o painel interativo permite que qualquer cidadão, além de gestores públicos, acompanhe de forma detalhada e transparente os investimentos realizados para festa e eventos. O controle é dos investimentos realiados por prefeituras e pelo governo estadual em celebrações como o São João, o Carnaval, o Natal e o Réveillon.
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Ainda mais, a plataforma reúne dados atualizados por meio dos sistemas RemessaTCEPE, Sagres-EOF e e-Fisco. Dessa forma, oferecendo informações sobre despesas com cachês de artistas, estruturas de palco, iluminação, som, segurança, assim como logística. Além disso, a iniciativa visa fortalecer a fiscalização cidadã e a responsabilidade fiscal na gestão dos recursos públicos.
Mais de R$2,6 bilhões em festas desde 2022
De acordo com o levantamento, entre 2022 e 2025, foram investidos R$2,65 bilhões em festividades em Pernambuco. Sendo R$2,29 bilhões provenientes das prefeituras e R$351 milhões do governo estadual. O São João lidera como a festa mais custosa do estado, com R$584 milhões aplicados no período. Em seguida vêm o Carnaval (R$510 milhões), o Natal (R$52 milhões) e o Réveillon (R$35 milhões).
Com isso, os últimos 12 meses, o Carnaval foi o evento com maior gasto, somando R$214 milhões. Posteriormente seguido pelos Festejos Juninos (R$201 milhões), enquanto Natal e Réveillon consumiram juntos R$38 milhões.
Municípios com maior gasto por habitante
Nesse sentido, o painel também evidencia quais cidades investem proporcionalmente mais em festas. No topo da lista aparecem Goiana (R$1.657,49 por habitante), Itapissuma (R$1.418,96/hab), Buenos Aires, Itaquitinga e Tracunhaém. Em números absolutos, o Recife lidera, com R$337 milhões gastos nos últimos cinco anos – o equivalente a 15% de todo o montante municipal registrado no estado.
Shows milionários e estruturas caras
Ainda mais, entre os mais de quatro mil artistas contratados desde 2022, alguns cachês chamam a atenção. Os valores mais altos foram pagos aos cantores Wesley Safadão (R$980 mil), Gusttavo Lima (R$900 mil). Além de Ana Castela, Jorge e Mateus, Leonardo e o projeto À Vontade – todos com cachês de R$800 mil.
Em valores acumulados, os maiores contratados foram Raphaela Santos (R$33 milhões), Priscila Senna (R$31 milhões), Tarcísio do Acordeon (R$27 milhões) e Xand Avião, Iguinho e Lulinha (R$22 milhões cada).
Do mesmo modo, os gastos com estrutura de eventos também impressionam: R$640 milhões no total, com R$191 milhões apenas nos últimos 12 meses. Houve aumento expressivo nos custos com cachês, que saltaram de R$271 milhões em 2022 para R$706 milhões em 2024 – um crescimento de 160%. No mesmo intervalo, as despesas com estrutura mais que dobraram.
Transparência e controle social
Embora eventos culturais desempenhem papel importante na valorização da cultura e no estímulo à economia local, o TCE-PE ressalta que os gastos públicos devem respeitar os princípios da legalidade, planejamento e responsabilidade fiscal.
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Para o presidente do Tribunal, conselheiro Valdecir Pascoal, o painel é uma ferramenta estratégica para a fiscalização orçamentária tanto por parte dos órgãos de controle quanto da sociedade civil.
“Ao oferecer acesso fácil e direto a esses dados, o painel criado pelo TCE-PE se consolida como um importante instrumento de fiscalização cidadã. Ele permite que qualquer pessoa, incluindo os próprios gestores públicos, possa acompanhar como estão sendo utilizados os recursos públicos nas festas realizadas por prefeituras e pelo governo estadual”, afirmou Pascoal.