‘Ainda Estou Aqui’: melhor filme Ibero-Americano

Prêmio Goya para Brasil
Prêmio Goya para Brasil – Foto: Reprodução

O filme “Ainda estou aqui” recebeu Prêmio Goya para Brasil. O cinema brasileiro segue brilhando, e na noite do último sábado (8), o longa-metragem dirigido por Walter Salles, conquistou o prêmio de melhor filme ibero-americano. A premiação, realizada na cidade de Granada, no sul da Espanha, consagrou sobretudo a produção que já acumula reconhecimento internacional, incluindo três indicações ao Oscar.

Estrelado por Fernanda Torres, o filme é ambientado durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). O longa narra então a luta de Eunice Paiva e seus cinco filhos após o desaparecimento de seu marido, o deputado Rubens Paiva. Paiva foi sequestrado por agentes da repressão do Estado em 1971. Seu corpo nunca foi encontrado, tornando-se então um dos símbolos das graves violações de direitos humanos cometidas pelo regime.

Grande favorito da categoria

O longa foi o grande favorito na categoria e superou concorrentes de peso, incluindo “Agarre-me Forte” (Uruguai), “El Jockey” (Argentina), “No Lugar da Outra” (Chile) e “Memorias de un cuerpo que arde” (Costa Rica).

O filme cativou tanto o público quanto a crítica internacional com sua abordagem sensível e impactante sobre um dos períodos mais sombrios da história do Brasil.

Walter Salles não esteve presente na cerimônia, mas enviou uma mensagem de agradecimento, dedicando o prêmio ao “cinema brasileiro”. A estatueta foi recebida pelo cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, que representou o diretor na ocasião.

A obra também reacende além disso, o debate sobre a impunidade dos crimes cometidos durante a ditadura militar no Brasil. Segundo números oficiais, o regime deixou um saldo de 202 mortos, 232 desaparecidos e milhares de vítimas de tortura e detenções arbitrárias. A Lei da Anistia, aprovada em 1979, impediu que os responsáveis fossem julgados, mantendo uma ferida aberta na história do país.

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Com a conquista do Goya, “Ainda Estou Aqui” reafirma sobretudo a força do cinema brasileiro e sua capacidade de contar histórias marcantes que dialogam com a memória, a justiça e os direitos humanos.

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Raphael Ribeiro
Raphael Ribeiro
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