
Mesmo enraizado no Sertão do Moxotó, o grupo Coco Raízes de Arcoverde acaba de alcançar um novo patamar: foi indicado ao 32º Prêmio Nacional da Música Brasileira, um dos mais prestigiados do país. A cerimônia, acontecerá na próxima quarta-feira (4), às 20h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Na ocasião, estarão reunidos grandes nomes da música nacional — e, entre eles, estará a representação viva da cultura popular nordestina.
Embora o grupo tenha origem local, sua relevância é inegavelmente nacional. Ele concorre na recém-criada categoria “Raízes – Artista”. Nesse sentido, fica ao lado de artistas consagrados como Elba Ramalho, Joelma, Dona Onete e Alceu Valença. A novidade da categoria reforça a valorização das manifestações populares e reconhece o papel fundamental de grupos que mantêm vivas as tradições ancestrais do Brasil.
Enquanto muitos conhecem o coco apenas como um ritmo nordestino, o Coco Raízes de Arcoverde revela suas camadas mais profundas. Sua musicalidade se apoia no “trupé” — os sons percussivos dos pés batendo com tamancos sobre o tablado. Que se somam ao canto e aos instrumentos de forma orgânica e hipnotizante. As sandálias utilizadas são feitas artesanalmente por ninguém menos que o mestre Assis Calixto, uma lenda viva do coco arcoverdense.


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Além disso, a cidade de Arcoverde — conhecida como a terra do samba de coco — ganha mais visibilidade com a indicação. O feito não apenas orgulha a região, mas também reforça a importância de se preservar e difundir a cultura nordestina, sobretudo em tempos em que as expressões populares precisam de espaço e reconhecimento.
O certificado de indicação foi entregue ao grupo em maio, enquanto o anúncio oficial aconteceu em abril, durante um evento especial no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Pela primeira vez, a lista dos indicados foi apresentada ao público em um encontro aberto, que contou com a presença de Lázaro Ramos, performances inéditas e homenagens a artistas de todo o país.