
Vídeos enviados à Polícia Federal revelam uma rotina marcada por crimes e privilégios dentro do Presídio de Igarassu, localizado na Região Metropolitana do Recife. As gravações, obtidas por meio da Operação La Catedral, mostram como a unidade prisional funcionava, na prática, como uma central do crime. Além disso, as imagens registram festas com bebidas alcoólicas, produção de entorpecentes e a presença de objetos de luxo nas celas.
Fábrica de drogas e festas com bebidas alcoólicas
Um dos vídeos mais impactantes mostra o que foi descrito por um dos investigadores como uma verdadeira “fábrica de drogas” em plena atividade dentro do presídio. Panelas no fogão, vasilhas repletas de substâncias semelhantes ao crack e diversos utensílios usados na preparação da droga reforçam a denúncia. Por conseguinte, fica evidente que o tráfico operava livremente no interior da unidade.
Segundo a Polícia Federal, os entorpecentes produzidos no local abasteciam pontos de venda em diferentes regiões de Pernambuco. Nesse sentido, o detento Lyferson Barbosa da Silva seria o principal responsável pelo esquema, coordenando tudo mesmo estando atrás das grades. Enquanto isso, o tráfico seguia ativo fora da prisão.
Vídeo mostra detentos participando de festas com gin, whisky
Outro vídeo mostra detentos participando de festas com gin, whisky, energéticos e cerveja, agindo como se nada fosse proibido. Além disso, as imagens revelam que a confraternização acontecia com total liberdade, o que demonstra a ausência de controle por parte da administração prisional.
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Por outro lado, não foram apenas as festas que chamaram a atenção. As gravações também exibem fardos de cigarros, grandes quantias de dinheiro em espécie e produtos do comércio clandestino circulando livremente. Inclusive, em uma das celas, os policiais encontraram uma TV de 80 polegadas, reforçando o alto nível de regalias desfrutado por alguns detentos.
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De acordo com a investigação, Lyferson não apenas comandava o esquema, como também mantinha três celas adaptadas como “apartamentos”. Depois disso, mesmo após ser transferido para o Presídio de Itaquitinga, ele enviou uma carta à família solicitando que vendessem os “imóveis” por valores entre R$ 60 mil e R$ 80 mil. Portanto, as imagens e os depoimentos reforçam a avaliação da Polícia Federal, que classificou o local como um verdadeiro “resort do crime”.
Contudo, o funcionamento dessa estrutura criminosa só foi possível, segundo os investigadores, graças à omissão e, possivelmente, à colaboração de agentes públicos. Desse modo, a operação segue em andamento para apurar responsabilidades e responsabilizar todos os envolvidos.