
O presidente Lula declarou, que “tínhamos que resolver” o problema da falta d’água no Nordeste em agenda do Programa Caminho das Águas, nesta quarta-feira (28), em Salgueiro (PE). O programa é uma iniciativa do Governo Federal que integra mais de 70 projetos de infraestrutura hídrica dentro do Novo PAC.
Juntamente de ministros, autoridades estaduais, assim como municipais, Lula participou da assinatura da ordem de serviço para duplicar a capacidade de bombeamento de água do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). Com investimento de R$ 491,3 milhões, a ampliação da estação EBI3 aumentará o volume de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficiando 237 municípios e mais de 8 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
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Embora a transposição seja frequentemente associada aos governos recentes, Lula fez questão de recordar que a ideia remonta ao século XIX. “Essa obra que estamos fazendo aqui não é uma invenção do Lula. É um desejo do imperador Dom Pedro II, desde 1846. São 179 anos em que se pensa em fazer a Transposição do Rio São Francisco”, afirmou o presidente. E por que se pensava? Porque era para dar o básico: um copo de água para 12 milhões de pessoas no Semiárido brasileiro.
Além disso, Lula ressaltou que a decisão de levar adiante a obra veio de sua vivência. “Eu sei o que é ir para um açude sujo pegar água para beber, o que é assentar água em um pote para não tomar com fezes de animais. Quando cheguei à Presidência, eu tinha na mente aquela imagem de gente sofrendo. Por isso, dissemos: tínhamos que resolver”.
Desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste
Ainda mais, durante o evento, também foi anunciada uma chamada pública no valor de R$ 10 bilhões para seleção de planos de negócios com foco no desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste.
Além disso, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que a assinatura da ordem de serviço representa mais do que um passo técnico — simboliza um pacto com a história, o presente e futuro. “Com essa obra, o povo passa a contar com uma estrutura permanente, previsível e soberana. A água chega quando precisa, a água que sustenta a vida”, afirmou.
De forma complementar, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou a importância da retomada das obras, paralisadas pela gestão anterior. “Há um Nordeste antes e depois do presidente Lula. Ele começou esse projeto em 2007 e agora está de volta para concluí-lo até 2026”, declarou, acrescentando que Lula também pretende entregar a Ferrovia Transnordestina até o Ceará.
Logo após, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, celebrou o avanço como sinal de um novo tempo. “Não é justo que ainda vejamos mulheres carregando baldes de água na cabeça no século 21. Isso carece de decisão política, e o presidente Lula decidiu mudar essa realidade”, frisou.
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Para o prefeito de Salgueiro, Fabinho Lisandro, a obra representa um divisor de águas — tanto literal quanto simbolicamente. “É um passo fundamental para a vida do nosso povo. Com essa estrutura, a água vai chegar para todos e todas, e o desenvolvimento econômico virá junto com ela”.
Assim, enquanto os canos se conectam e os sistemas de bombeamento se ampliam, o governo federal une passado, presente e futuro em torno de um objetivo simples, mas essencial: garantir que ninguém mais precise caminhar léguas para ter acesso a um copo d’água. Porque, como disse Lula, “nós tínhamos que resolver”.