Raquel Lyra: Quais possíveis aliança serão formadas em 2026?

Raquel Lyra e Lula
Raquel Lyra e Lula – Foto: Rafael Vieira/DP Foto

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), inicia a segunda metade de seu mandato cercada por especulações sobre sua posição política para as eleições de 2026. Eleita com apoio de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lyra agora é vista como governista por ministros do presidente Lula (PT). O que, dessa forma, abre caminho para possíveis alianças e uma reconfiguração no tabuleiro político do estado. Mas o que ainda fia no ar é – Raquel Lyra: Quais possíveis aliança serão formadas em 2026?

Movimentos partidários

O cenário atual aponta para duas possibilidades principais: a filiação ao PSD ou até mesmo uma migração para o PT. No PSD, Lyra consolidaria sua posição como aliada de Lula, oficializando o status de governista sem perder o apoio de seu eleitorado mais conservador. A possível fusão ou federação entre PSD e PSDB facilitaria essa transição.

Por outro lado, setores do PT também demonstram interesse na filiação da governadora. Contudo, essa articulação enfrenta resistência interna, especialmente de alas ligadas ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), aliado histórico de Lula. E líder do PSB em Pernambuco.

O diretório estadual do PT aguarda uma definição do presidente Lula e do senador Humberto Costa (PT) sobre uma eventual entrada na base do Governo de Pernambuco. Essa aproximação poderia se concretizar por meio de uma vaga no secretariado de Lyra, sinalizando uma aliança estratégica para 2026.

Estratégia do PT

De acordo com o cientista político Hely Ferreira, a entrada do PT no governo de Raquel Lyra poderia reproduzir um cenário semelhante ao de 2006. Quando o partido dividiu apoio entre Eduardo Campos e Humberto Costa. Naquele contexto, Campos saiu favorecido, e o PT foi prejudicado. Agora, a situação pode se inverter, com Raquel Lyra sendo beneficiada e João Campos enfraquecido.

“Se o PT assumir uma secretaria e permanecer até 2026, é provável que se repitam os dois palanques de Lula em Pernambuco. Isso enfraqueceria a posição de João Campos, que teria dificuldade em disputar o Governo do Estado ao deixar a Prefeitura do Recife. A principal vitrine do PSB no cenário nacional”, avalia Ferreira.

A possível preferência de Lula por Raquel Lyra também levanta dúvidas sobre o futuro político de João Campos. Ferreira acredita que, diante da divisão de apoio, o prefeito do Recife poderia optar por não disputar o Governo do Estado. E, em vez disso, focar em consolidar sua presença em Brasília, reforçando seu alinhamento com o presidente Lula.

Secretariado como peça-chave

As vagas no secretariado da governadora também têm gerado expectativas sobre as alianças políticas. O deputado estadual João Paulo (PT) é um dos nomes cotados para assumir a Secretaria de Educação, mas ele afirmou que pretende continuar seu mandato na Assembleia Legislativa. Dessa forma, ressaltando que o partido possui quadros qualificados para contribuir com a gestão.

Outro nome citado para a Educação é o da deputada estadual Débora Almeida (PSDB). Que manteria a presença tucana no governo, mesmo em caso de mudança partidária de Lyra. Vale destacar que o antigo titular da pasta, Alexandre Schneider, é ligado ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. O que também pode influenciar as negociações.

A recém-criada Secretaria de Esportes, desmembrada da Educação, é outra peça no tabuleiro político. Nos bastidores, especula-se que o cargo será ocupado por um nome indicado pelo deputado federal Mendonça Filho (UB), reforçando sua influência no governo estadual.

O papel do PSD nacional

O PSD, liderado por Gilberto Kassab, tem demonstrado um pragmatismo que torna suas movimentações imprevisíveis. Atualmente, o partido ocupa três ministérios no Governo Lula, mas tem sinalizado insatisfação com o espaço concedido na gestão federal. Além disso, Kassab é secretário de Relações Institucionais do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). E já declarou apoio a uma possível candidatura presidencial do paulista, mesmo que o governador tenha demonstrado interesse em buscar a reeleição.

Outra possibilidade levantada é a candidatura conjunta de Tarcísio com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), ambos ligados ao bolsonarismo fora do PL.

Com tantas variáveis, portanto, a posição de Raquel Lyra e as alianças que ela formará nos próximos meses serão decisivas. Dessa forma, para definir os rumos do cenário político em Pernambuco. E, então, sua estratégia para disputar a reeleição em 2026.

Raphaelribeiro
Raphaelribeiro
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