
Mesmo sendo considerada uma das cidades mais influentes do Sertão pernambucano, Serra Talhada continua enfrentando sérios problemas na área da segurança pública. Embora conte com lideranças políticas expressivas como os ex-prefeitos Luciano Duque e Márcia Conrado. Apesar de sua relevância regional e da constante presença no debate político estadual, a cidade acumula nove homicídios apenas em 2025. Sendo três ocorridos nos últimos dias, sem que qualquer medida concreta tenha sido adotada para conter o avanço da violência.
Embora os índices de criminalidade se agravem, Serra Talhada segue com estrutura de segurança limitada a uma única delegacia, sem divisões especializadas. Enquanto isso, municípios de porte semelhante ou até menores, como Arcoverde e Afogados da Ingazeira, apresentam uma realidade completamente diferente. Arcoverde, por exemplo, não apenas conta com uma Delegacia da Mulher, como também dispõe de uma Delegacia Especializada em Homicídios. Já Afogados da Ingazeira, além de ter uma população inferior, sedia a Polícia Científica do Sertão, o que reforça ainda mais a disparidade.
Conquanto a cidade seja polo econômico, educacional e cultural da região, ela ainda depende do Instituto de Criminalística de Afogados da Ingazeira. Que frequentemente atrasa investigações por atender ocorrências em outros municípios antes de chegar a Serra. Tal situação, além de expor a sobrecarga do sistema, evidencia a negligência com que a cidade vem sendo tratada ao longo dos anos.
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A crítica à precariedade da segurança pública ganhou destaque recentemente no programa Sertão Notícias, da Cultura FM. Na ocasião, comunicadores e ouvintes apontaram a incoerência entre a importância de Serra Talhada e o abandono por parte do Estado. Especialistas em segurança pública, ainda que com certa cautela, foram unânimes em afirmar que o município precisa de uma intervenção urgente.
Embora o cenário político tenha se alterado com a eleição da governadora Raquel Lyra, a segurança pública de Serra Talhada segue estagnada. Dessa forma, indica que o problema não se limita a uma gestão específica, mas sim a um ciclo contínuo de descaso administrativo.