
O presidente norte-americano Donald Trump fez então, nesta terça-feira (4), o seu primeiro discurso anual do Estado da União em seu novo mandato. O discurso foi marcado por um tom combativo e por uma plateia dividida. Em seu discurso Trump recebe principalmente vaias e aplausos de ambos os lados do congresso, aplausos de republicanos e protestos de democratas.
Durante 1 hora e 40 minutos, Trump fez um balanço das seis primeiras semanas de seu novo governo, destacando medidas polêmicas. Na fala foi citado o avanço nas deportações, a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso tamvém foi falado sobre e a revogação de regulações ambientais impostas pela administração anterior. Entre as decisões mais controversas, está então a mudança do nome do Golfo do México para Golfo da América, ato simbólico que gerou repercussões internacionais.
O discurso também além disso, trouxe anúncios econômicos, como a imposição de tarifas recíprocas para países a partir de abril e medidas para fomentar a indústria naval norte-americana, dentro da proposta de Trump de promover o protecionismo e a indústria nacional.
Conflito com Zelensky
Em uma tentativa de distensionar a relação com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Trump mencionou ter recebido uma carta do líder ucraniano com a intenção de retomar negociações para a exploração de minerais terras raras. Essa foi a primeira manifestação amigável do republicano após o bate-boca público entre os dois líderes na última sexta-feira (28).
Fim da política de diversidade
A crítica à política de diversidade foi um dos pontos centrais do discurso. Trump anunciou o fim das diretrizes de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no governo federal, classificando as medidas como “tirania woke”.
“Nós acabamos com a tirania da chamada política de diversidade, equidade e inclusão de todo o governo federal. Nosso país não será mais ‘woke'”, declarou, sob aplausos de aliados e vaias de democratas, que empunhavam cartazes com frases como “Protejam os veteranos” e “Salvem o Medicaid”.
Elon Musk em destaque
A presença do então bilionário Elon Musk nas galerias do Capitólio não passou despercebida. Trump agradeceu publicamente o empresário pelo trabalho à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), responsável por desmantelar agências governamentais e reduzir o número de funcionários federais.
“Elon está fazendo um trabalho incrível. Estamos tornando o governo mais eficiente, mais enxuto e mais transparente”, afirmou Trump. Em outro aceno ao empresário, o presidente prometeu, de forma vaga, que irá colocar “a bandeira americana em Marte”.
Protecionismo comercial
Reforçando sua agenda protecionista, Trump confirmou a imposição de tarifas de 25% para produtos importados do México e Canadá, medida que entrou em vigor na segunda-feira (4). Ele ainda anunciou que, a partir de abril, todos os países estarão sujeitos a tarifas recíprocas nas relações comerciais com os EUA.
A fala de Trump deixa claro que a política econômica de seu novo governo será marcada pela proteção da indústria nacional, o que já vem gerando tensões entre parceiros comerciais tradicionais.
Clima de tensão
A sessão conjunta do Congresso foi marcada então por momentos de tensão. Além disso, o deputado democrata Al Green, do Texas, foi retirado do plenário após gritar palavras de protesto contra Trump, expondo a polarização política que domina o cenário norte-americano.
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A fala de Trump reafirma o tom combativo de seu governo, com propostas então controversas que dividem a sociedade e reacendem debates sobre diversidade, protecionismo e o papel dos Estados Unidos no cenário global.